20 de jul. de 2012
1 de jul. de 2012
Se não contar como se faz, pra que fazer?
Capítulo I
Tudo começa em 2004. Era preciso
que a administração da Rodoviária de Belo Horizonte apoiasse a Secretaria de
Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Minas Gerais para a
realização da primeira Semana Nacional de Ciência e Tecnologia. Como assim?
Viriam centenas de alunos de escolas públicas e particulares de BH e regiões
próximas visitarem exposições sobre ciências num espaço destinado a passageiros
ido e vindo de diversos lugares do Brasil. Era preciso um local delimitado. Ajudar
a coordenadora do evento era o meu desafio. Receber mesas e cadeiras. Encontrar
espaço para organizar muito material didático, experimentos, palestras,
professores. Alunos chegando e partindo.
Eram cinco dias de exposições.
Cada feira, outra instituição diferente. Saúde e corpo humano, doenças
parasitárias, aplicações da energia nuclear e dos minerais no dia-a-dia das
pessoas, experimentos animados de Física...
O alto falante anunciava. “Atenção
senhores passageiros, fiquem atentos, partidas daqui a cinco minutos”. As
pessoas se encantavam com o que as exposições contavam e se distraíam do
horário do ônibus. Era um grande problema controlar tantas vozes, as crianças
famintas por conhecimento e gente transitando o tempo todo.
Foi num mês de outubro que a
Rodoviária de BH se transformou em uma grande sala de aula. E dessas pra lá de
animada. No final, a sensação de que valera o esforço. E a vontade de fazer
mais vezes aquilo. De ver quem não sabia quase nada de ciência se surpreender ao
vê-la tão amiga, quase como alguém que toma café no copo de requeijão da sua
casa. Ensinar que é preciso saber mais, ser curioso, enfrentar o medo de
perguntar. E as pessoas queriam ser transformadas. Eu não esperava isso. Nunca tinha ouvido falar em popularizar a ciência!
Tive uma grande lição naquele ano. Aprendi que para organizar um evento era preciso primeiro muita vontade de todos os lados. De
quem sedia o espaço. De quem ajudava a coordenação. De quem se propunha levar conhecimento.
De quem queria visitar. A divulgação científica não acontece se cada um não tem um
pouco pra doar. Um pouco de tempo, de paciência, de espírito de equipe, de flexibilidade, de curiosidade e principalmente, de amor.
E assim começou minha história
com a Popularização da Ciência...
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